24 abril 2010

E a chuva começou a cair devagarzinho, mansamente, mal tocava o chão. Mas mesmo assim suas gotas ansiavam em encontrar a terra fértil, a terra virgem. Então desciam, desciam. Os passarinhos estavam felizes e podia-se ouvi-los de longe. Seus gorjeios alegres, felizes como se nada pudesse interferir em suas alegrias. Naquele momento o cheiro de terra molhada inebriava minha alma, minha mente, meu corpo, como se tudo fosse apenas uma sensação agradável. Mas eu sabia que era muito mais. Muito mais que a minha sensibilidade pudesse atingir. Era mágico. Era fantástico. Era inteiro. Era real. Eu estava em paz e em plena harmonia com a água, a terra, o vento e uma vontade imensa de continuar vivendo. Só isso já bastava. Um instante de paz que já vale uma vida inteira.

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